quinta-feira, 18 de novembro de 2021

História do Cinema

 Luca Ribeiro

Fonte: todamateria.com.br

Em: 18/11/21

No dia 28 de dezembro de 1895, os irmãos franceses Auguste e Louis Lumière, realizaram a primeira exibição pública cinematográfica.

No entanto, a criação do cinema foi resultado do esforço de vários inventores que trabalhavam para conseguir registrar imagens em movimento


Origem do Cinema
Conseguir imagens em movimento foi algo perseguido desde a Antiguidade. As sombras sempre exerceram fascínio nos seres humanos, o que rendeu inclusive a criação do teatro de sombras.
Com o advento da fotografia foi possível fixar a imagem numa superfície, seja ela papel, placa de metal ou vidro. Desta maneira, não podemos entender a história do cinema sem compreender a história da fotografia.
A própria etimologia da palavra cinema explica isso. Afinal, "cinema" é a abreviação de cinematógrafo. "Cine", vem do grego e significa movimento e o sufixo "ágrafo", aqui significa, gravar. Assim, temos o movimento gravado.
Por isso, diversos inventores, de países como França e Estados Unidos, desenvolviam aparelhos para captar e projetar imagens em movimento. Vejamos algumas dessas máquinas:

Lanterna Mágica
Inventada no século XVII, tratava-se de uma câmara escura que projetava, através de lentes e luz, desenhos pintados à mão em vidros.
Imagem:todamateria


Inventada no século XVII, tratava-se de uma câmara escura que projetava, através de lentes e luz, desenhos pintados à mão em vidros. Um narrador se encarregava de contar a estória e algumas vezes havia acompanhamento musical.
A lanterna mágica se tornou uma grande atração em feiras urbanas, mas também foi usada no ambiente acadêmico.

Praxinoscopio
Construído em 1877 pelo francês Charles Émile Reynaud (1844- 1918), o praxinoscópio consistia num aparelho de formato circular no qual as imagens iam se sucedendo e davam a sensação que estavam se movendo.
Imagem:todamateria


Construído em 1877 pelo francês Charles Émile Reynaud (1844-1918), o praxinoscópio consistia num aparelho de formato circular no qual as imagens iam se sucedendo e davam a sensação que estavam se movendo.
Inicialmente restrito ao ambiente doméstico, Reynaud conseguiria em 1888 aumentar o tamanho de sua máquina. Isto permitiu projetar os desenhos para plateias maiores e estas performances ficaram conhecidas como "teatro ótico".
Estas projeções alcançaram um enorme sucesso no final do século XIX. De fato, o praxinoscópio só foi superado pelo cinematógrafo do irmãos Lumière.

Cinetoscópio
Lançado, em 1894, na fábrica comandada por Thomas Edison (1847- 1931) nos Estados Unidos, o cinetoscópio era uma máquina individual onde se assistia filmes de curta duração
Imagem:todamateria


Lançado, em 1894, na fábrica comandada por Thomas Edison (1847-1931) nos Estados Unidos, o cinetoscópio era uma máquina individual onde se assistia filmes de curta duração
O invento só foi possível porque Edison criou uma película de celuloide capaz de guardar as imagens e assim, projetá-las através das lentes.

Cinematógrafo
Os irmãos Auguste Lumière (1862-1954) e Louis Lumière (1864-1948), apaixonados por inventos e fotografia, desenvolveram o cinematógrafo
Imagem:todamateria


Os irmãos Auguste Lumière (1862-1954) e Louis Lumière (1864-1948), apaixonados por inventos e fotografia, desenvolveram o cinematógrafo. Ao contrário dos outros aparelhos, este permitia gravar e projetar as imagens tornando a atividade mais prática.
Ambos estavam a par das descobertas de Thomas Edison e fizeram pequenas alterações nos fotogramas para evitar problemas legais.
Desta maneira, o invento dos irmãos franceses superou os concorrentes e transformou-se no aparelho preferido daqueles que desejavam registrar imagens em movimento.

Primeira Exibição Cinematográfica
Os irmãos Lumière eram filhos de um fabricante de materiais fotográficos, cuja fábrica estava localizada na cidade Lyon, França.
Pesquisaram e aperfeiçoaram as primeiras câmaras fotográficas contribuindo para o surgimento da fotografia colorida. Através do cinematógrafo, começaram a realizar seus primeiros filmes que consistiam em captar imagens com o aparelho parado.
Em 28 de dezembro de 1895, em Paris, no "Grand Café", foi realizada a primeira projeção cinematográfica tal qual conhecemos. Assim, numa sala escura, foram projetados dez filmes de curta duração como "A chegada do trem à estação de La Ciotat" ou "A saída dos operários da fábrica". No entanto, os próprios irmãos Lumière não prosseguiram sua carreira pelo cinema. Louis ainda inventaria o fotorama e se dedicaria à ciência, enquanto Auguste continuaria seus estudos de bioquímica e fisiologia.

Cinema Narrativo
O cinema era visto apenas para fins documentais e para registrar através de uma câmara estática algo que estava acontecendo diante da lente. Seria o que se chama de "teatro filmado".
No entanto, dois pioneiros vão utilizar as câmaras para contar estórias, criar técnicas e narrativas que somente seriam possíveis com este aparelho.
Destacamos dois precursores do cinema narrativo: Alice Guy-Blaché e Georges Méliès.

Alice Guy-Blaché
A primeira pessoa a explorar a via narrativa do cinema foi a francesa Alice Guy-Blaché (1873-1968). Autora de quase mil obras, ela fez o primeiro filme baseado num conto popular, “A fada dos repolhos” (1896).
Imagem:todamateria


A primeira pessoa a explorar a via narrativa do cinema foi a francesa Alice Guy-Blaché (1873-1968). Autora de quase mil obras, ela fez o primeiro filme baseado num conto popular, "A fada dos repolhos" (1896).
Alice Guy trabalhava como secretária na fábrica e produtora de cinema Gaumont, quando os irmãos Lumière foram fazer uma demonstração do seu recente invento.
Encantada com o aparelho, Alice Guy começou a experimentar filmar com dupla exposição, atrasar ou apressar a velocidade da câmara a fim de conseguir efeitos interessantes para narrar suas estórias. Ela ainda seria a primeira a usar cores e som nos seus filmes.
Casou-se com Hebert Blaché, em 1907, que trabalhava como operador de câmara. Ambos se mudaram para os Estados Unidos três anos depois e ali Alice Guy criou sua própria produtora e construiu estúdios para filmar suas obras. Após se divorciar em 1920, volta para a França, mas não consegue retomar sua carreira de diretora.
Alice Guy rodou mais de mil filmes do qual apenas 350 sobreviveram, incluído sua monumental "A Vida de Cristo", de 1906, que contou com 300 figurantes.
Completamente apagada da história do cinema, Alice Guy-Blaché faleceu em 1968. Agora, os historiadores voltam a dar-lhe o lugar que ela merece.

Georges Melies
o mágico e ator francês Georges Méliès também trabalharia no desenvolvimento da linguagem cinematográfica introduzindo cortes, sobrexposição e zoom. 
Imagem:todamateria


Por outro lado, o mágico e ator francês Georges Méliès também trabalharia no desenvolvimento da linguagem cinematográfica introduzindo cortes, sobrexposição e zoom. 
Nascido em Paris, em 1861, Georges Méliès comandava seu próprio teatro na capital francesa e foi convidado pelos irmãos Lumière para assistir a exibição do "cinematógrafo" em 1895.
Méliès queria usar o aparelho nos seus espetáculos, mas os irmãos não o venderam. De qualquer maneira, ele comprou uma máquina semelhante e começou a escrever roteiros e atuar. Aperfeiçoou os truques próprios do teatro e do ilusionismo para o cinema e assim alcançou grande sucesso.
Seu maior êxito foi a o flime "Viagem à Lua", de 1902, onde adaptou a célebre obra de Júlio Verne para o cinema. Por suas inovações, Méliès é reconhecido como o "pai dos efeitos especiais".

Curiosidades
- O primeiro cinema do mundo foi o Éden Théâtre, na cidade de La Ciotat, França, onde os irmãos Lumière costumavam passar as férias e fizeram uma projeção de seus filmes para convidados.
- Seis meses após a exibição em Paris, em 8 de julho de 1896, é realizada a primeira exibição de filmes no Brasil, no Rio de Janeiro.

10 Sucessos de Bilheteria que Ninguém mais se Lembra

 Luca Ribeiro

Fonte: vertentesdocinema.com

Em: 18/11/21

Um sucesso de bilheteria depende de inúmeros fatores. O apelo de um filme junto ao público pode acontecer em virtude de um grande astro no cartaz. Pode ser que aquela obra faça parte de uma franquia de sucesso. Por vezes uma entressafra de grandes lançamentos ou a propaganda boca-a-boca constrói improváveis blockbusters. O Vertentes do Cinema pesquisou as dez maiores bilheterias mundiais dos últimos trinta anos e lista algumas produções que se destacaram quando passaram pelas telonas, mas hoje andam esquecidas de boa parte do grande público

10º Lugar: Lobo Guerreiro 2 (2017)

Lobo guerreiro 2
Imagem:Vertentesdocinema


O décimo colocado da lista não traz um filme “esquecido” propriamente dito. “Lobo Guerreiro 2” está mais para produção a ser descoberta. Ao custo de 30 milhões de dólares, arrecadou US$ 870 milhões, sendo quase em sua totalidade na China, país em que foi produzido. Se tornou o primeiro filme não-estadunidense a figurar na lista das cem maiores bilheterias de todos os tempos. Jing Wu dirige, atua e escreve o longa-metragem de ação que dá continuidade à história de Leng Feng, soldado chinês que viaja ao mundo para cumprir suas missões. Foi a sétima maior bilheteria de 2017, a frente de dois dos três filmes da Marvel lançados naquele ano. A boa notícia é que no momento da publicação desta lista, tanto o filme original, “Lobo Guerreiro” quanto esta continuação, estão disponíveis no catálogo da Netflix.


9º Lugar: Queima de Arquivo (Erased, 1996)

Queima de Arquivo
Imagem: Vertentesdocinema



Primeiro caso de nossa lista em que a estrela que estampa o pôster é a grande responsável pela bilheteria. Ao custo de 100 milhões de dólares, “Queima de Arquivo” faturou mais de US$ 240 milhões e foi a décima maior bilheteria de 1996, a frente do vencedor do Oscar daquele ano, “O Paciente Inglês”, e de grandes êxitos como “Space Jam – O Jogo do Século” e “Pânico”. Arnold Schwarzenegger provou que ainda valia a pena o investimento, todavia, esse longa-metragem de ação genérico dificilmente figurará na lista dos fãs como destaque em sua filmografia. No quesito grana, porém, merece ser lembrado, já que somente em 2003 ele teria um sucesso tão grande, quando “O Exterminador do Futuro 3 – A Ascensão das Máquinas” faturou US$ 435 milhões.


8º lugar: Risco Total (Cliffhanger, 1993)

Risco Total
Imagem: Vertentesdocinema




Outro que fez a fama nos anos 1980, mas deitou na cama de plaquinhas de cem na década seguinte foi Sylvester Stallone. “Risco Total”, filme feito sob medida para aquele Domingo Maior que assistíamos tentando esquecer da escola no dia seguinte, foi a sétima maior bilheteria de 1993. Em um ano em que só deu “Jurassic Park”, líder faturando o dobro do segundo colocado, “Uma Babá Quase Perfeita”, “Risco Total” custou 70 milhões de dólares e faturou US$ 255 milhões. Quase não se pagou nas bilheterias dos Estados Unidos, mas o mundo saiu de casa para ver Sly. Para ter uma ideia, seu filme anterior, “Pare! Senão Mamãe Atira!” (1992) não faturou nem um terço disso. Voltando de um hiato de três anos, o ator assina o roteiro e conta com o diretor Renny Harlin, o mesmo de “Duro de Matar 2” (1990) para desenvolver a aventura. Harlin jogaria sua carreira no lixo ao agredir nossos olhos com “A Ilha da Garganta Cortada” em 1995, um fracasso acachapante, que custou US$ 100 milhões e faturou ridículos US$ 10 milhões.


7º lugar: Superman – O Retorno (Superman Returns, 2006)

Superman - O retorno
Imagem: Vertentesdocinema


Ai, Gabi, só quem viveu sabe o que foi o hype em cima da volta do Homem de Aço às telonas em 2006. O aceite de Bryan Singer, que estava em ascendência com os sucessos de “X-Men: O Filme” (2000) e “X-Men 2” (2003); a escalação de Brandon Routh e sua similaridade com o saudoso Christopher Reeve; a notícia de que seriam usadas imagens de Marlon Brando como Jor-El; e por aí vai. O resultado foi decepcionante. Ao custo de 270 milhões de dólares, foi o mais caro da história do cinema à época, mas arrecadou menos de US$ 400 milhões. Não se trata de um filme esquecido, mas um que boa parte das pessoas quer esquecer. Fato é que muita gente foi ao cinema, fazendo do longa-metragem a nona maior bilheteria de 2006, a frente de produções bastante comentadas à época como “O Diabo Veste Prada” e “À Procura da Felicidade”. A DC e a Warner ignoram tanto “Superman – O Retorno” que não se importam que Routh seja mais conhecido por outro personagem de seu universo, Ray “O Átomo” Palmer, da série de TV “Legends of Tomorrow”.


6º Lugar: O Espanta Tubarões (Shark Tale, 2004)

O espanta tubarões
Imagem: Vertentesdocinema


Animações possuem grande apelo, se revelando um trunfo dos grandes estúdios quando dos lançamentos de verão no hemisfério norte ou feriados de final de ano. “O Espanta Tubarões”, porém, foi lançado na entressafra, em outubro, e se tornou a nona maior bilheteria de 2004, ano dominado por “Shrek 2” (US$ 920 milhões), também da Dreamworks. Essa produção surfou na onda do ogro e de um elenco recheado de estrelas dando vozes aos personagens, como Angelina Jolie e Will Smith. Ao custo de 75 milhões de dólares, faturou quase US$ 370 milhões. Ajudou muito a regravação de “Car Wash”, tema clássico de “Onde Acontece de Tudo” (1976), interpretada por Christina Aguilera e Missy Elliott especialmente para o filme.


5º Lugar: Top Gang! – Ases Muito loucos (Hot Shots!, 1991)

Top Gang! - Ases muito loucos
Imagem: Vertentesdocinema


Para quem acha que “Todo Mundo em Pânico” (2000) inventou a roda ao trazer cenas desconexas tirando sarro de filmes de um mesmo gênero, saiba que “Top Gang! – Ases Muito Loucos” não só fez isso uma década antes como foi um verdadeiro fenômeno de público. Ao custo de 26 milhões de dólares, o filme faturou mais de US$ 180 milhões e se tornou a nona maior bilheteria de 1991, a frente, por exemplo, da sexta produção da franquia “Star Trek”, a última que contaria com a tripulação original. O diretor e roteirista Jim Abrahams se destacou em 1980 quando pegou menos de 4 milhões de dólares e fez render vinte vezes mais somente nos Estados Unidos no excelente “Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu”. O auge de sua carreira em Hollywood talvez tenha sido “Top Gang! – Ases Muito Loucos”, já que seus projetos posteriores foram apenas a continuação dele 1993 (que fez 130 milhões) e “Máfia!”, um fracasso. Ele ainda faria o roteiro de “Todo Mundo em Pânico 4” (2006), franquia diretamente influenciada por ele. Foi o maior sucesso comercial da carreira de Charlie Sheen depois de “Platoon” (1986) e seria superada apenas por “Todo Mundo em Pânico 3” (2003).


4º Lugar: Revelação (What Lies Beneath, 2000)

Revelação
Imagem: Vertentesdocinema


A ressaca de 1999, o ano mágico para o cinema, foi uma safra de filmes de gosto questionável. No Brasil, tínhamos as sessões do Supercine aos sábados à noite na Globo com seus thrillers que nos deixavam grudados na cadeira, levantando apenas ao barulho do plim-plim. Talvez por isso “Revelação” não tenha sido aqui o fenômeno que foi em todo o mundo. Ao alto custo de 100 milhões de dólares, uma divulgação pesada fez essa longa-metragem render quase 300 milhões e se tornar a décima maior bilheteria do ano 2000, a frente de produções de grande apelo, como “Corpo Fechado”, ”O Patriota” e “O Tigre e o Dragão”. O diretor Robert Zemeckis não teve o que reclamar. “Revelação” sequer foi sua maior bilheteria daquele ano, já que ele lançaria “Náufrago”, que beirou 430 milhões de dólares no box office. O suspense, estrelado por Harrison Ford e Michelle Pfeiffer, dois puxadores de público, é um daqueles filmes no lugar certo e na hora certa.


3º Lugar: Gasparzinho, O Fantasminha Camarada (Casper, 1995)

Gasparzinho
Imagem: Vertentesdocinema


A medalha de bronze vai para o primeiro longa-metragem de uma franquia que nunca aqueceu Hollywood. “Gasparzinho, O Fantasminha Camarada” foi a oitava maior bilheteria de 1995 com quase 290 milhões de dólares arrecadados e chocou ao mercado ao faturar mais do que “Waterworld”, aquele que até então era o filme mais caro da história do cinema. Passados quase quinze anos, essa produção está na cabeça apenas dos cinéfilos de boa memória, ao contrário de outros filmes que arrecadaram menos à época, como “Jumanji”, “Coração Valente” e “Babe – O Porquinho Atrapalhado”. Ele marcaria a estreia na tela grande do diretor Brad Silberling, que três anos depois lançaria “Cidade dos Anjos”, aquele longa-metragem que todo mundo viu, porém, acredite se quiser, faturou quase cem milhões a menos do que “Gasparzinho, O Fantasminha Camarada”. Não só é o maior sucesso comercial da carreira do diretor quanto da protagonista Christina Ricci, na época atriz-mirim. Nem “A Família Adams” quatro anos antes e nem “A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça” quatro anos depois, arrasaria tanto o quarteirão quanto esta produção. Aqui no Brasil, parte do êxito pode ser creditado ao dublador Patrick de Oliveira, colocado como destaque no material de divulgação. Ele ficou famoso por dublar o Linguado de “A Pequena Sereia” (1989) e o Simba de “O Rei Leão” (1994).


2º Lugar: A Lenda do Tesouro Perdido 2: Livro dos Segredos ( 2007)

A lenda do tesouro perdido 2: Livro dos Segredos
Imagem: Vertentesdocinema


Quando Hollywood já se preparava para focar suas energias em adaptações literárias e franquias infinitas, “A Lenda do Tesouro Perdido” fez algum barulho de 2004, mas não entrou no top 10 daquele ano. Vendido como uma espécie de “O Código Da Vinci” com Nicolas Cage sendo uma mistura de Robert Langdon com Indiana Jones, a produção ganhou sobrevida no mercado de DVD. O livro de Dan Brown chegaria à tela grande em 2006, quando a continuação de National Treasure, chamada de Livro dos Segredos, estava sendo produzida. A segunda parte superou a produção original em mais de cem milhões de dólares, faturando mais de US$ 450 milhões e se tornando a nona maior bilheteria de 2007. Ficou a frente de “300”, o esperado retorno de John McClane em “Duro de Matar 4.0” e de “A Bússola de Ouro”, outra adaptação literária carregada de expectativa que acabou naufragando e ficando sem as continuações esperadas. Tomara que Nicolas Cage tenha feito cláusula de participação, já que foi seu filme em live action que mais faturou. Na carreira, seria superado apenas pela animação “Os Croods” (2013). Já o diretor Jon Turteltaub conseguiria em 2018, superar essa quantia, com “Megatubarão”, que rendeu 530 milhões de dólares. Por se tratar de uma realidade bem diferente, esse valor só fez dessa produção a 15ª maior bilheteria do ano passado.


1º Lugar: Hancock (2008)

Hancock
Imagem: Vertentesdocinema

Talvez o maior exemplo de sucesso comercial baseado no astro seja a bomba atômica chamada “Hancock”. Ao custo de 150 milhões de dólares, o filme faturou mais de 620 milhões e se tornou a quarta maior bilheteria de 2008. Por menos de US$ 10 milhões não superou o terceiro colocado “Kung Fu Panda”. Boa parte do orçamento foi direcionado para pagar o cachê de Will Smith, que vivia uma década mágica. Depois de sua indicação ao Oscar por “Ali” (2001), ele emplacou oito filmes seguidos faturando mais de cem milhões de dólares somente nos Estados Unidos (inclusive “O Espanta Tubarões”, que já apareceu nessa lista). Vimos uma comédia banal como “Hitch” (2005) fazer quase US$ 370 milhões e até mesmo o drama “À Procura da Felicidade” superar os US$ 300 milhões. Só que “Hancock” testou os limites dos fãs e o carisma do ator não foi o suficiente para evitar o bombardeio de críticas. Fez-se muita grana, mas a carreira de Smith não seria mais a mesma. “Sete Vidas”, lançado no mesmo ano, quebrou a sequência dos cem milhões de dólares nos EUA e criou um hiato de quatro anos na carreira do astro. Ele voltaria se ancorando na franquia “MIB”, que fez quase o mesmo dinheiro de “Hancock” em seu terceiro longa-metragem, lançado em 2012. Apenas em 2016 veríamos a cifra ser superada na carreira dele, com “Esquadrão Suicida”, outro filme que temos sempre que nos lembrar de esquecer. O astro que talvez tenha sido o último grande ímã de plateia entrou para o Clube do Bilhão somente esse ano, ao viver o gênio de “Aladdin”. Ou seja, se tem Will Smith quebrando a banca, tem filme ruim na praça. Curiosidade: também em 2008 foi lançado um tal de “Homem de Ferro”, a primeira produção da Marvel. Ela foi apenas a oitava maior bilheteria daquele ano, faturando US$ 40 milhões a menos que “Hancock” e apenas metade do líder da lista “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, da Warner/DC. Passada uma década, é impossível se imaginar um cenário parecido com esse.




quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Recomeço: cinemas perdem espaço para streaming, mas sobrevivem à pandemia

Luca Ribeiro

Fonte: cinemascope.com.br

Em: 29/09.21


Os números do segundo final de semana do filme Viúva Negra nos cinemas dos Estados Unidos foram mais um motivo de incômodo para a rede exibidora do país. Após uma excelente estreia nos cinemas, arrecadando 80 milhões de dólares nas bilheterias americanas em um lançamento simultâneo com o serviço de streaming da Disney+, o aguardado longa-metragem sofreu uma significativa queda de 67%  no fim de semana seguinte, a maior já registrada para um filme do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU). Não demorou muito, e a Associação Nacional de Proprietários de Cinema (NATO), uma das principais representante das empresas exibidoras nos EUA, emitiu seu recado: “Isso demonstra que um lançamento exclusivo nos cinemas significa mais receita para todas as partes interessadas em cada ciclo da vida do filme.” Para a NATO, a culpa do desempenho morno de Viúva Negra nos cinemas dos EUA era da Disney+. 

Scarlett Johansson em cena de Viúva Negra: desempenho do filme nos cinemas dos EUA tem gerado discussão sobre o atual formato de distribuição de conteúdos
Imagem: Cinemascope




Episódios como esse ilustram o quão imprevisíveis são os cenários para os cinemas não apenas na América do Norte, mas pelo mundo. Há pelo menos um ano e três meses, desde o início da pandemia do covid-19, os amados assentos em frente às telonas estão vazios ou sendo pouco frequentados Brasil afora, vítimas de um inesperado vírus e de uma compreensível resistência de boa parte do público em voltar a frequentar tais ambientes enquanto a vacinação segue a passos lentos e desiguais entre países. Desde março de 2020, salas fecharam, exibidores faliram, funcionários perderam empregos, lançamentos foram constantemente adiados e a inevitável pergunta sobre a sobrevivência de toda uma indústria tornou-se pauta frequente: os cinemas voltarão a ser como antes?

É óbvio que não se deve associar um possível agravamento ou alongamento da crise do setor cinematográfico diante do atual cenário de um vagaroso arrefecimento da pandemia ao receio que muitos amantes da sétima arte ainda têm em voltar aos cinemas.  No Brasil, por exemplo, com pouco mais de 20% da população totalmente vacinada, a situação ainda requer muitos cuidados e exige um contínuo respeito às medidas sanitárias recomendadas pelas autoridades de saúde.  Mas também é curioso pontuar como desde o início da flexibilização das regras de isolamento, os cinemas tornaram-se o “patinho feio” da história.

TENET, MULAN E A NOVA REVOLUÇÃO DO STREAMING
Como substituir a experiência de ver um filme em uma sala de cinema? O ritual da compra da pipoca, a seleção do assento favorito, a chegada com antecedência para assistir aos trailers, a imersão em um sala escura por cerca de 2 horas, sem a distração de celulares, notificações e conversas paralelas? É impossível. Mesmo quando a produção vista não é das melhores, o processo de sair de casa e ir até uma poltrona de frente para uma tela gigante é o que move e gera cinéfilos ao redor do mundo há muitas décadas, e não há serviço de streaming ou super TVs que possam tomar o lugar de uma vivência como essa. Mas diante da maior pandemia dos últimos 100 anos, escolhas antes impensáveis tiveram de ser tomadas para que rodas pudessem continuar girando e para que, dentre produtores, distribuidores e exibidores, nem todos saíssem perdendo tanto. Porque perder, todos perderam.


Christopher Nolan (à direita) dirige John David Washington em cena de Tenet: aguardado longa-metragem foi lançado nos cinemas quando EUA ainda passava por grave fase da pandemia
Imagem: Cinemascope

Após o início dos adiamentos das diversas grandes produções previstas para o primeiro semestre de 2020, como 007 – Sem Tempo Para Morrer, Um Lugar Silencioso – Parte II, Viúva Negra, e tantos outros de diferentes estúdios, foi a Disney quem inaugurou uma nova era do consumo de conteúdo audiovisual para amenizar os desastrosos efeitos da incansável pandemia. Mais precisamente no dia 4 de agosto do ano passado, o CEO da bilionária empresa, Bob Chapek, anunciou que o lançamento do aguardado live-action de Mulan , orçado em cerca de 200 milhões de dólares, aconteceria diretamente no serviço de  streaming da Disney+ com um preço a parte da assinatura. A decisão gerou revolta e foi mais um forte baque para os exibidores, que há meses já sofriam os efeitos de salas completamente fechadas e contavam com o filme para um sólido retorno de bilheteria. Para piorar, como o aplicativo da Disney+ ainda não estava disponível em diversos países, dentre eles o Brasil, muitos espectadores tiveram de esperar longos meses para poder assistir ao filme (por meios oficiais, claro).

Mas apesar de polêmica e relativamente inesperada por boa parte do mercado, a decisão da Disney também foi inevitavelmente compreensível. Apenas alguns dias antes, no fim de julho de 2020, a Warner Bros havia divulgado uma elaborada estratégia de lançamento para Tenet, o épico sci-fi de Christopher Nolan que era considerado por muitos como a “salvação” dos cinemas para a exorbitante crise causada pela pandemia. A produção, que já vinha sofrendo adiamentos recorrentes, enfim estreou no fim de agosto em cinemas de países espalhados pelo globo, e apenas no início de setembro nos EUA. Mas com grande partes das salas ainda fechadas e altíssimos números de mortes e contaminados sendo diariamente registrados, a estreia americana do filme teve um desempenho aquém do esperado e as incertezas aumentaram.

Não que a bilheteria total de Tenet tenha sido um fracasso, longe disso: foram 363 milhões de dólares arrecadados globalmente, segundo o Box Office Mojo , com enorme sucesso na China e Coréia do Sul. Mas quando comparada aos resultados dos prévios lançamentos do badalado diretor, como Dunkirk ($ 527 milhões), Interestelar ($ 701 milhões) e A Origem ($ 836 milhões), a diferença é latente.  Teria a Warner Bros queimado a largada lançando o filme nos cinemas em meio à pandemia? Como estipular um bom retorno de bilheteria em um cenário como esse? E como divulgar estes números sem parecer um fracasso?

quarta-feira, 15 de setembro de 2021

O adeus do Roxy: Cinema de rua no Rio fecha e prédio colocado à venda

 Grupo Severiano Ribeiro, dono da rede Kinoplex, confirmou o encerramento das atividades; paralelamente, Prefeitura do Rio decidiu que local não pode ter sequer seu ramo alterado sem aval da mesma

Luca Ribeiro

Fonte: uol.com.br e diariodorio.com.br

Em: 09/06/21


Marco do Rio, o Cine Roxy é o último cinema de rua de Copacabana, na zona sul, a fechar as portas. A disseminação das plataformas de streaming e a pandemia foram determinantes para o fim. Difícil achar um carioca com mais de 30 anos que não tenha uma história emocional forte com o cinema, inaugurado há 83 anos, e que foi palco de alguns dos maiores lançamentos da história do cinema nacional e internacional. 

Fachada do cinema Roxy, localizado no bairro de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro.
Imagem: estadaoconteudo.com.br


Após meses fechado, o cinema voltou a funcionar em outubro, mas fechou novamente em dezembro. O grupo Kinoplex informou na ocasião que iria esperar até que toda a população do Rio estivesse vacinada para reabrir em segurança. Aparentemente, a hipótese foi descartada. O imponente imóvel em estilo art déco, na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, está à venda por cerca de R$ 30 milhões, segundo publicou O Globo. Quem comprar o prédio de 2,5 mil metros quadrados pode até mudar a função, mas terá de preservar praticamente todas as principais características arquitetônicas do imóvel, tombado pelo patrimônio histórico do município desde 2003.

"O tombamento levou em conta o fato de o antigo cinema representar um marco referencial na cultura cinematográfica da cidade e a importância arquitetônica original, marco da engenharia moderna na cidade do Rio de Janeiro", informou, em nota, o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade.

" É o fim de uma era, a era dos grandes cinemas catedrais, dos quais o Roxy foi um dos mais importantes representantes. É uma perda lamentável", afirmou o cineasta e diretor do site FilmeB, Paulo Sérgio Almeida. 

Ainda segundo o IRPH, ”com o decreto, o estabelecimento pode se candidatar à obtenção de benefícios e incentivos para a manutenção do negócio” e ”passa a integrar uma lista de pontos comerciais que inclui charutarias, tabacarias e restaurantes tradicionais”.

O Grupo Severiano Ribeiro vem, durante anos, subsidiando a operação do Cine Roxy, que se tornou cada vez mais deficitária. Em 2019, antes da pandemia, por exemplo, o cinema alcançou um público muito aquém do esperado, ficando 43% abaixo da média do grupo. Com a pandemia, em março de 2020, todos os cinemas foram fechados e assim permaneceram por cerca de oito meses, o que gerou um prejuízo econômico incalculável ao Grupo, que, na ocasião, inclusive, manteve o difícil compromisso de conservar o emprego de todos os seus colaboradores e honrar obrigações financeiras altíssimas. E, até hoje, vem lutando por sua sobrevivência nesse momento de dificuldades econômicas nunca vividas e sequer imaginadas em 104 anos dedicados à exibição.

Cine Roxy, em Copacabana
imagem: diariodorio.com.br

Em outubro de 2020, com a reabertura dos cinemas mais uma vez o Roxy demonstrou sua inviabilidade, agravada pela característica de ter um público predominantemente sênior. Isso fez com que recebesse, em uma semana, apenas 24 pessoas, o que corresponde a oito por sala em um dia inteiro de operação, obrigando o Grupo Severiano Ribeiro a fechar suas portas e hoje, sem condições de manter sua operação, fechar definitivamente.”


História do Cinema

 Luca Ribeiro Fonte: todamateria.com.br Em: 18/11/21 No dia 28 de dezembro de 1895, os irmãos franceses Auguste e Louis Lumière, realizaram ...